5 de setembro de 2006

O grito

Sinto-me velha. Não tenho mais a disposição que apresentava antigamente. Sentada vendo o tempo, poeira, tudo passando.Será que o fato de avançarmos para uma nova etapa traz tanta falta de otimismo? Será que as obrigações me subiram tanto a cabeça para que eu não consiga enxergar mais nada? E a poeira passa... Tento esconder com ela as falhas dos outros, além das minhas é claro, mas ela sempre passa. Eu permaneço, apenas eu. Enrijecida, como uma pedra.
Em um dos raros momentos em frente a televisão, fiquei sabendo que a obra O grito, de Edvard Munch tinha sido encontrada. Quem nunca teve um livro na escola que apresentava essa pintura. Apesar disso, nunca tinha observado com atenção o tamanho da angústia que ela traz, a tentativa de libertação através da voz que não sai da tela. Hoje me sinto como o grito, parado, angustiado, tentando, na esperança que alguém possa observar com mais atenção.

3 comentários:

Anônimo disse...

Legal, agora procura por alguma coisa do Goya...

Anônimo disse...

Bom texto... a angustia passa tbm, como vc disse, o que fica somos apenas nós.
Beijos

Anônimo disse...

hey cams!
e quem falou q a gente tem q esperar a poeira baixar menina!?
é quando a poeira ainda não baixou e quando as coisas estão mais confusas q a gente realmente "aprende o caminho pra casa". na raça, é verdade, mas aprende... d qqr forma, eu tou com 18 anos e tou me sentindo mais velha do q nunca... ( pouco óbvio, certo?!)mas isso é só porque eu ainda não cheguei nos 19.. ;)

bjo