5 de setembro de 2006

O grito

Sinto-me velha. Não tenho mais a disposição que apresentava antigamente. Sentada vendo o tempo, poeira, tudo passando.Será que o fato de avançarmos para uma nova etapa traz tanta falta de otimismo? Será que as obrigações me subiram tanto a cabeça para que eu não consiga enxergar mais nada? E a poeira passa... Tento esconder com ela as falhas dos outros, além das minhas é claro, mas ela sempre passa. Eu permaneço, apenas eu. Enrijecida, como uma pedra.
Em um dos raros momentos em frente a televisão, fiquei sabendo que a obra O grito, de Edvard Munch tinha sido encontrada. Quem nunca teve um livro na escola que apresentava essa pintura. Apesar disso, nunca tinha observado com atenção o tamanho da angústia que ela traz, a tentativa de libertação através da voz que não sai da tela. Hoje me sinto como o grito, parado, angustiado, tentando, na esperança que alguém possa observar com mais atenção.

22 de agosto de 2006

Dúvidas

Começo hoje algo que não sei se durará muito tempo. Não é fácil transcrever a si mesmo, trazer a vista de todos o seu verdadeiro eu, provar aos gigantes a sua capacidade, sentir-se melhor... Tenho receio dos gigantes, tenho medo do que vou encontrar, mas se Davi conseguiu matar Golias.... quem sabe.
Não sou filósofa, não sou cômica... não sei o que farei aqui. Minhas maçãs ultimamente caem a todo momento caro Gauche...... talvez eu me inspire nelas para escrever e assim quem sabe diminuam as minhas contradições, as minhas dúvidas.
Hoje quero começar um novo tempo... um dia enfim, poderei ser como os gigantes...